Exposição de fotografia de Adolfo Olmedo Villarejo

EXPOSIÇÃO VIRTUAL

Coleção de Adolfo Olmedo Villarejo - MANINKAKAN. La Llamada Malinké. Acompanhada do documental MININKAKAN - KASSA.

A 500 quilómetros de Conacri, atravessando o rio Níger, esconde-se Sangbaralá, uma pequena aldeia cheia de crianças, sorrisos, pés descalços e olhares furtivos. O eco de um djembé ouve-se desde uma colina contando a vida que passa. Narra a chegada das sementeiras, a força do baratí, a alegria pela vida que nasce e a despedida daquele que parte.

Sangbaralá palpita ao ritmo do dudumbé e do balafom. Dorme quando o som para. Nesses espaços sem eco chega o tempo das mulheres, titãs que suportam em silêncio o peso da tribo e que dançam sem descanso quando o ritmo e a vida regressam.
Sangbaralá não se conta. Ouve-se.
É Maninka kan. A chamada malinque

Subindo por um trilho sinuoso chegamos ao nosso destino: uma aldeia tão aberta à natureza, como aberta na sua gente. Quase não existem portas. Não existem barreiras entre o público e o privado, a vida decorre aos olhos de todos e a alma dos seus habitantes flui através de um simples olhar. O de centenas de CRIANÇAS que brincam na rua e que, quando pousam o seu olhar sobre nós, têm o poder de despir-nos, de eliminar o supérfluo. O da MULHER. Forte e incansável, motor da comunidade. Desde criança carrega nos ombros as tarefas do lar e o cuidado dos mais pequenos. Os seus silêncios falam, e a sua voz apenas irrompe quando chegam as danças. Quando cantam, dançam e saltam com os seus bebés agarrados à sua cintura. A música torna-as livres.

O som do djembé e o baile marcam o ritmo vital. As danças e as suas máscaras alegóricas anunciam a época das colheitas e louvam a figura dos baratíes: os homens fortes da tribo. Expressam sentimentos como a alegria de cada nova vida que nasce, a emoção de casais que se unem ou a dor da despedida num funeral. Com uma lenta ladainha, o griot (trovador), narra a história da aldeia e dos seus habitantes. Sangbaralá sente-se. Ouve-se